Para Max Weber (“Economia e sociedade”, cap. 3), não há
dominação duradoura sem um mínimo de legitimidade. Ele reconhecia três tipos de
autoridades legítimas: Tradicional (“sempre foi assim”), Racional-Legal (“faz
sentido que seja assim” ou “os especialistas disseram que é assim”), e
Carismática (“se é ele quem diz, certamente
é assim”). Diretivas legítimas contam com uma adesão entusiasta ou ao menos uma
aquiescência resignada.
O poder nem sempre se funda numa sanção efetivamente
executada: a ameaça pode ser suficiente, desde que seja crível.
Para Michel Foucault, o poder é a capacidade dos mecanismos
sociais de “disciplinar” indivíduos, modelando seu discurso e desejos. Para Hanna Arendt, há diferença entre poder como capacidade
de atuar em harmonia e força como relação de comando-obediência.
Tradicionalmente, o policiamento foi instituído pela
necessidade de controlar a criminalidade e prender o transgressor da lei; por
extensão, desempenha outras funções na manutenção da ordem pública. Como acontece
em qualquer grupo que detenha poder, há o risco de corrupção e abuso de força.
Na visão marxista, a polícia é uma agência de repressão a
serviço da classe dominante e contra a classe oprimida, isto é, os
trabalhadores; é um inimigo a ser abolido. No Liberalismo de laissez-faire
o estado é um “vigia noturno”, cuja função é garantir a estrutura dentro da
qual as forças de mercado podem atuar livremente; seu poder deve, portanto, ser
reduzido ao mínimo necessário.
A razão principal da existência do Estado é a segurança, por
isso sua instituição mais fundamental é a coerção: